Conduzir a gestão de uma empresa rumo a resultados satisfatórios que garantam resultados alinhados às metas estabelecidas é, sem dúvidas, o grande desafio de qualquer liderança, e isso inclui o ROI.
Afinal, são diversas as estratégias de alavancagem de desempenho dos negócios, de modo que mesmo o gestor mais experiente pode se deparar com dúvidas sobre quais adotar – principalmente quando o investimento necessário para a adoção dessas medidas faz subir o valor da aposta.
Sendo assim, antes que um determinado investimento seja feito, é preciso realizar uma avaliação estratégica e precisa sobre a questão, antecipando seu potencial de retorno por meio de um indicador de Retorno Sobre o Investimento.
Justamente por isso, preparamos este conteúdo para você. Ao longo deste artigo, detalharemos todo o conceito por trás dessa métrica, além de explicar tudo sobre como realizar corretamente um dos mais importantes cálculos pertinentes às estratégias de uma empresa, potencializando a multiplicação dos resultados da sua companhia. Boa leitura!
O que é ROI?
O ROI é, sem dúvidas, um dos mais valiosos indicadores financeiros de um negócio. O termo, vindo da língua inglesa, é uma sigla para a expressão “Return On Investment” – ou, como diríamos em Portugês, “Retorno Sobre Investimento”.
Trata-se de um conceito um tanto auto-explicativo, se considerarmos que o ROI nada mais é do que um indicador das relações entre os gastos e os ganhos envolvidos em cada investimento feito pela empresa.
Sendo assim, seria correto afirmar que, em nível estratégico, toda e qualquer iniciativa realizada objetivando resultados lucrativos deve ser incluída no ROI antes de ser apresentada às esferas superiores da organização: isso vale tanto para treinamentos e aquisição de softwares, como para contratações, campanhas de marketing, ações visando a retenção de clientes e muito mais.
Justamente por abranger toda a estratégia da empresa, o ROI pode (e deve) ser calculado em absolutamente todas as suas áreas e departamentos. Dessa forma, torna-se possível avaliar a viabilidade do lançamento de novos projetos de quaisquer naturezas, sob o ponto de vista do retorno financeiro dos recursos investidos.
Essa medida é vital não apenas para a avaliação do potencial de lucro dos novos investimentos, como também para a melhoria e otimização do desempenho daqueles que já se encontram em andamento. Isso porque o cálculo do ROI é realizado em tempo real, o que permite que ajustes sejam feitos ao longo do desenvolvimento de uma campanha, sem que seja necessário esperar sua conclusão.
Como calcular o ROI
O cálculo do ROI é baseado em duas fórmulas. Uma para o ROI padrão e a outra para o ROI anualizado. Confira ambas a seguir.
ROI padrão
A base para o cálculo do ROI padrão está na seguinte fórmula:
ROI = [(Receita – Despesa)/Despesa] x 100%
A princípio, pode parecer complicado, mas, se pusermos em termos práticos, veremos que trata-se de um cálculo bastante simples.
Imagine, por exemplo, uma empresa que realizou uma determinada ação cujo investimento foi de R$10.000,00, e que gerou R$15.000,00 de receita:
[(R$15.000–R$10.000)/R$10.000] x 100% = 50%
Neste exemplo, percebemos que o investimento da empresa em questão apresentou um ROI de 50%.
ROI anualizado
Entretanto, o cálculo acima descrito não considera por quanto tempo um determinado projeto ou investimento foi mantido – e essa é uma informação capaz de fazer muita diferença para a gestão da empresa.
Para que essa variável entre na conta, é preciso calcular o ROI anualizado. Trata-se de uma ferramenta de medição não apenas do ROI, como também do ROI anual de projetos ou investimentos. Neste caso, a fórmula a ser seguida é:
ROI anualizado = [(1+ROI)1/N–1] x 100%
Aqui, N refere-se ao número de anos ao longo dos quais o investimento ou projeto foi mantido. Para entendermos melhor a importância de se calcular o ROI anualizado, vamos analisar o mesmo cálculo apresentado acima, porém usando um exemplo de cálculo de ROI anualizado.
Digamos que uma determinada empresa obteve um ROI básico de 50%, mas esse retorno foi percebido ao final de um período de cinco anos.
Poderíamos supor que o ROI anualizado seria de 50%/5 ou 10%, mas esse seria um cálculo equivocado, desconsiderando os efeitos da composição.
Na verdade, pela fórmula de cálculo do ROI anualizado, teríamos o seguinte:
[(1+0,5)1/5–1] x 100% = 8,45%.
A partir do cálculo acima, podemos avaliar que o mesmo ganho, caso tivesse ocorrido em um período de dois anos e meio, representaria um ROI anualizado de 17,61% . Se esse retorno se desse em seis meses, o ROI anualizado seria de 125%.
O ROI anualizado, portanto, se mostra bastante útil à avaliação de investimentos de longo prazo, pois permite que investimentos realizados em diferentes períodos de retenção sejam comparados de forma mais precisa.
Contudo, também é importante lembrar que a escolha de um investimento não deve ser realizada apenas com base em um alto ROI anualizado. Os riscos potenciais também são dados valiosos – e, em alguns casos, um ROI mais baixo, mas que ofereça riscos expressivamente menores podem representar uma escolha mais sábia.
Interpretando o ROI
Já está claro que o ROI fornece uma poderosa ferramenta de avaliação de diferentes investimentos e comparação de seus potenciais. Entretanto, é preciso uma boa dose de perspicácia para interpretá-lo de forma correta, conforme veremos no exemplo a seguir:
Imagine, por exemplo, que uma empresa decide investir R$100.000 para gerar uma receita de R$400.000.
(R$400.000 – R$100.000) / R$100.000 x 100% = 300%
O cálculo aponta para um ROI de 300%, o que, a princípio, pode ser considerado um bom retorno – até que o gestor descubra que o faturamento poderia ter sido de 400%.
É válido também considerar que, no que tange à avaliação da eficácia da receita de uma empresa, há outras variáveis relevantes a serem consideradas, como:
- os preços da concorrência;
- a experiência do usuário;
- os resultados gerados pela publicidade;
- a qualidade do seu produto ou serviço;
- e mais uma infinidade de fatores que também exercem influência sobre o seu ROI potencial.
Da mesma maneira, para essa comparação, é também importante compreender o ROI potencial de outros investimentos.
⚠️ Confira também estes artigos relacionados 👇
➡️ Entenda o que é gestão de qualidade nas empresas e 5 dicas de como aplicá-la
➡️ Conheça 11 exemplos de gestão do conhecimento aplicados nas empresas
➡️ Quais são os principais tipos de modelo de gestão de empresa
O que torna um ROI bom?
Como se pode perceber, o cálculo do ROI é peça-chave para que o gestor obtenha uma boa compreensão sobre o retorno trazido pelos investimentos da empresa.
Afinal, é essa métrica que definirá se, de fato, há um retorno satisfatório do capital investido; se algumas estratégias precisarão ser reconsideradas; ou, em último caso, se será necessário fechar as portas da empresa. Mas quando esse cálculo pode ser considerado positivo?
De forma resumida, podemos dizer que o resultado da fórmula do ROI é positivo quando seu valor se encontra acima de zero, pois seria o indicador de que o investimento não apresentou prejuízo. Um resultado menor que zero, por outro lado, indica que o valor investido foi superior à receita gerada – o que, indica dano aos cofres da empresa.
Contudo, é importante lembrar que, embora o ROI seja um importantes instrumento de medição da eficiência dos investimentos, há outros indicadores de avaliação que devem ser aplicados de forma conjunta, uma vez que outros aspectos de natureza intangível precisam ser apurados para que a assertividade da aplicação dos recursos seja parametrizada de forma realmente apropriada.
Nesse sentido, como já mencionamos mais acima, há de se considerar fatores externos, como a concorrência, o período de tempo dentro qual o investimento gerou retorno e outros.
Com efeito, o tempo representa um fator crucial dessa equação, pois um ROI realmente satisfatório oferece um expressivo retorno financeiro em um curto período de tempo. Afinal, se o investimento demanda tempo demais para gerar resultados, não há dúvidas de que a produtividade do projeto estará aquém do ideal – e, portanto, será necessário considerar essa demora.
Concluímos, portanto, que a mensuração deste indicador não pode ser dada sob um ponto de vista unicamente central: é necessário ampla compreensão sobre o que esperar do projeto, sua performance e os investimentos necessários para o seu desenvolvimento.
Por que o ROI é importante para as empresas?
O ROI se consolida como um dos indicadores de desempenho mais tradicionais do mundo corporativo, sendo amplamente utilizado por organizações de todos os tipos – desde grandes multinacionais até pequenos negócios.
E, ao contrário do que pode parecer em um primeiro momento, sua eficácia não se dá apenas para a simples avaliação do retorno financeiro de um projeto: temos aqui um poderoso instrumento de comparação de desempenho entre diferentes projetos, estratégias e atividades.
De fato, o ROI se mostra uma ferramenta valiosa de orientação para tomadas de decisões assertivas. Afinal de contas, a visão prévia das operações do empreendimento possibilita a antecipação e o descarte das alternativas inviáveis.
Por fim, vale ressaltar que o retorno sobre o investimento se mostra extremamente útil durante a comunicação com clientes, investidores, parceiros e outras partes interessadas no negócio, por se tratar de uma prática de fácil compreensão e já extremamente difundida no mercado.
Se você gostou deste conteúdo, lhe convidamos a continuar a nossa conversa com o nosso artigo especial sobre gestão de crise, que você pode conferir clicando aqui!
