Sua empresa teve documentos vazados? Saiba o que fazer

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No ambiente corporativo, a proteção de informações é tão estratégica quanto o controle financeiro ou o desenvolvimento de novos produtos. Quando ocorrem documentos vazados, as consequências podem ser severas: prejuízos financeiros, danos à reputação e sanções previstas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Um incidente desse tipo abre brechas para fraudes, roubo de identidade, golpes de phishing e até mesmo espionagem corporativa. No Brasil, a LGPD estabelece que empresas devem adotar medidas de segurança para proteger informações contra acessos não autorizados, e podem ser responsabilizadas civil e administrativamente quando não cumprem essas exigências.

Este artigo apresenta um plano de ação para lidar com o vazamento de dados na sua empresa, abordando desde a identificação da origem do problema até medidas jurídicas e operacionais para mitigar danos. Também traz orientações de prevenção para fortalecer a segurança digital e proteger informações sensíveis.

O que caracteriza um vazamento de documentos

Um vazamento de documentos ocorre quando informações confidenciais — como contratos, dados de clientes, registros financeiros ou segredos comerciais — são expostos, acessados ou distribuídos sem autorização. Essa exposição pode se dar de várias formas:

  • ataques cibernéticos que exploram vulnerabilidades técnicas;
  • ação mal-intencionada de colaboradores internos ou ex-funcionários;
  • erros operacionais, como envio de documentos ao destinatário errado;
  • falhas em medidas de segurança física ou lógica.

Tais incidentes podem envolver desde dados pessoais (CPF, endereço, e-mail) até documentos corporativos estratégicos, incluindo arquivos assinados digitalmente.

Além da exposição indevida de dados pessoais e empresariais, um vazamento também pode comprometer a confiança de clientes, fornecedores e investidores. Muitas vezes, esses documentos contêm informações estratégicas, como contratos, registros financeiros e até mesmo dados de funcionários. Quando acessados por pessoas não autorizadas, abrem espaço para manipulação, falsificação ou mesmo chantagem. 

Um ponto importante é que nem sempre o vazamento acontece por ação criminosa; falhas humanas, como envio equivocado de e-mails ou armazenamento inadequado, também são fontes recorrentes de incidentes.

Como identificar a origem e o impacto do vazamento

Saber rapidamente de onde partiu a exposição é fundamental para reagir de forma assertiva. Abaixo, seguem as principais ações.

  1. Verificação interna de sistemas – analise logs de acesso, alterações de arquivos e registros de autenticação.
  2. Checagem com fornecedores e parceiros – em ambientes com documentos compartilhados, avalie se houve comprometimento na cadeia.
  3. Identificação de quais dados foram comprometidos – classifique as informações afetadas por nível de sensibilidade (pública, interna, restrita, confidencial).
  4. Data e extensão do incidente – saber quando o vazamento ocorreu ajuda a dimensionar riscos e evitar novas ocorrências.

Identificar a origem do problema é essencial para definir estratégias de contenção. Muitas vezes, o vazamento pode ter começado em um sistema vulnerável, em um parceiro de negócios ou até mesmo em dispositivos pessoais de colaboradores. 

Uma análise detalhada dos registros de acesso, das permissões concedidas e das atividades recentes ajuda a compreender o caminho percorrido pelos dados. Além do mais, avaliar o impacto envolve medir quais informações foram expostas e como elas podem ser usadas de forma indevida, seja para fraudes financeiras, golpes de identidade ou exposição de informações estratégicas da empresa.

Em casos que envolvam documentos com assinatura eletrônica, é importante verificar se houve comprometimento das chaves criptográficas ou da integridade dos arquivos.

O que fazer após ter um documento vazado?

Agora, vamos aos sete passos que você deve seguir caso um vazamento ocorra na sua empresa.

1. Valide a autenticidade das comunicações

Quando há notícias de vazamentos, é comum que surjam mensagens falsas simulando comunicações oficiais. Essas ações, conhecidas como phishing, visam explorar o momento de vulnerabilidade para obter mais informações ou aplicar golpes.

Para confirmar a veracidade de avisos e solicitações:

  • consulte canais oficiais da empresa (site, redes sociais verificadas, SAC);
  • compare o domínio de e-mail recebido com o domínio oficial;
  • analise erros ortográficos ou pedidos incomuns de dados.

Lembre-se: empresas sérias nunca solicitam senhas ou códigos por e-mail. Esse cuidado é essencial para não aumentar o impacto do incidente.

Afinal, durante crises de segurança, é comum que criminosos se aproveitem da situação para enviar mensagens falsas simulando alertas oficiais. Validar a autenticidade das comunicações é, portanto, um passo estratégico para não agravar o problema. Isso envolve checar se os avisos foram realmente emitidos por canais oficiais da empresa, observar detalhes técnicos como o domínio do e-mail e verificar erros de formatação. 

Considere também treinar colaboradores para identificar tentativas de phishing, aumentar a resiliência organizacional e reduzir riscos de novas violações.

2. Troque credenciais e adote autenticação de dois fatores

Se houver qualquer indício de que credenciais foram expostas, altere imediatamente as senhas de todos os serviços corporativos.

Boas práticas para redefinição:

  • criar combinações únicas, longas e com caracteres especiais;
  • não repetir a mesma senha em diferentes plataformas;
  • revisar permissões de usuários e revogar acessos desnecessários;
  • redefinir credenciais após um incidente de segurança. 

Além disso, ative a autenticação em dois fatores (2FA) sempre que possível. Essa medida adiciona uma camada extra de segurança, exigindo, por exemplo, um código temporário enviado ao celular ou um dado biométrico.

3. Solicite a remoção de informações de buscadores

Caso dados sensíveis tenham sido indexados por mecanismos de busca como o Google, é possível solicitar a exclusão desses resultados. Isso não apaga o conteúdo original, mas reduz significativamente a sua exposição.

Essa ação é importante porque evita que terceiros acessem facilmente informações sigilosas, como contratos empresariais ou dados de identificação de clientes.

Quando dados sensíveis aparecem em páginas indexadas por mecanismos de busca, o risco de exposição aumenta exponencialmente. Solicitar a remoção dessas informações de buscadores é uma ação preventiva que limita o acesso público e reduz a possibilidade de exploração por terceiros. 

Esse processo pode ser feito por meio de formulários específicos disponibilizados por empresas como o Google. Embora não elimine o conteúdo na origem, ajuda a restringir a visibilidade, funcionando como uma barreira adicional de proteção até que medidas mais amplas sejam adotadas.

4. Registre um boletim de ocorrência

O boletim de ocorrência (BO), que pode ser feito online, é fundamental para formalizar o incidente e registrar que a empresa está tomando providências.

No BO, inclua:

  • data e hora aproximada do vazamento;
  • tipos de dados expostos;
  • evidências coletadas (prints, e-mails, registros de sistema).

Vale lembrar que o boletim de ocorrência é mais do que um registro formal: trata-se de um documento que gera respaldo jurídico e facilita futuras ações legais. Ele pode ser usado para comprovar às autoridades e instituições financeiras que a empresa está tomando providências adequadas diante do incidente. 

Muitas secretarias de segurança permitem abrir o BO de forma online, simplificando o processo. Esse registro também auxilia investigações de crimes cibernéticos, permitindo que as autoridades rastreiem responsáveis e reforcem a responsabilização em casos de fraudes comprovadas.

5. Comunique instituições financeiras

Se as informações vazadas incluírem dados bancários, números de cartões ou autorizações de débito, é necessário avisar imediatamente os bancos e administradoras de cartões.

Assim, eles podem implementar monitoramento reforçado ou bloquear preventivamente transações suspeitas. Em alguns casos, pode ser necessário emitir novos cartões ou credenciais de acesso.

6. Monitore transações e atividades

Após um incidente, o monitoramento contínuo é indispensável. Isso envolve:

  • acompanhar movimentações financeiras da empresa;
  • verificar logs de sistemas e tentativas de acesso;
  • usar ferramentas de validação de assinatura digital para confirmar a integridade de documentos.

Esse cuidado evita que um ataque inicial se transforme em um problema recorrente. Avisar bancos e administradoras de cartão imediatamente após um vazamento é fundamental para reduzir riscos de movimentações suspeitas. 

Essa comunicação deve incluir detalhes sobre os dados comprometidos, como números de documentos ou informações de contas corporativas. Em resposta, as instituições podem adotar medidas preventivas, como reforço de monitoramento, bloqueio temporário de cartões ou solicitação de novas credenciais de acesso. 

Tal cuidado é essencial porque criminosos costumam agir rapidamente, aproveitando brechas para realizar transferências, solicitar empréstimos ou fazer compras indevidas em nome da empresa.

7. Consulte assessoria jurídica especializada

O suporte jurídico deve avaliar se houve violação à LGPD e orientar quanto a:

  • notificação formal à ANPD;
  • direito de indenização por danos materiais ou morais;
  • procedimentos para comunicação a titulares de dados afetados.

Após um incidente, acompanhar de perto as movimentações financeiras e acessos digitais torna-se indispensável. O monitoramento deve incluir sistemas internos, contas bancárias, cartões corporativos e até plataformas utilizadas por colaboradores. A identificação precoce de atividades suspeitas, como login em horários atípicos ou transações não reconhecidas, permite agir rapidamente para bloquear tentativas de fraude. 

Ferramentas de auditoria e relatórios de segurança podem ser grandes aliadas, oferecendo alertas em tempo real. Esse acompanhamento constante reduz os impactos e impede que novos ataques ampliem os danos já existentes.

Empresas que adotam assinatura digital com certificado ICP-Brasil têm mais segurança jurídica em casos de contestação de autenticidade documental.

Boas práticas para prevenir novos incidentes

A prevenção é a forma mais eficaz de lidar com documentos vazados. Recomenda-se:

  • controle de acessos: aplicar o princípio do menor privilégio, garantindo que cada colaborador acesse apenas o necessário;
  • políticas de segurança da informação: formalizar procedimentos para uso, armazenamento e descarte de dados;
  • treinamentos periódicos: capacitar equipes para identificar tentativas de phishing e aplicar medidas de segurança;
  • assinatura eletrônica segura: para proteger a integridade dos contratos;
  • backups regulares: armazenados em local seguro e criptografado.

Ferramentas que podem ajudar

No mercado, existem soluções que agregam camadas de segurança à gestão documental. Entre elas:

A escolha deve considerar custo-benefício, usabilidade e adequação às exigências legais.

Assim, ter documentos vazados é uma situação que exige resposta rápida, organizada e juridicamente embasada. Desde a identificação da origem do problema até a comunicação com autoridades e titulares de dados, cada passo influencia a capacidade da empresa de reduzir danos e preservar a confiança do mercado.

Prevenção, protocolos internos de resposta a incidentes e uso de tecnologias seguras, como assinatura eletrônica confiável, são pilares para proteger informações críticas.

Se a sua empresa deseja combinar segurança, redução de custos e facilidade de uso, conheça a ZapSign e descubra como simplificar processos de assinatura com tecnologia que se adapta às suas necessidades.

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