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Afinal, é válido contrato assinado por biometria facial​?

O contrato assinado por biometria facial está ganhando cada vez mais espaço no ambiente digital, impulsionado pela busca por métodos que unam segurança e praticidade. Essa tecnologia, que utiliza características únicas do rosto para validar a identidade de uma pessoa, tem transformado a forma como assinaturas são realizadas, eliminando burocracias e oferecendo uma experiência mais ágil.

Com a crescente digitalização de processos, a biometria facial surge como uma solução confiável e eficiente para autenticar transações e reforçar a proteção contra fraudes. No entanto, ainda há dúvidas sobre sua validade jurídica e a aceitação desse método no Brasil.

Neste artigo, analisaremos como a biometria facial se encaixa no contexto jurídico brasileiro, destacando os marcos legais que sustentam sua aplicação, como a MP 2.200-2/2001 e a Lei 14.063/20. Se você já se perguntou sobre a legitimidade de um contrato assinado com biometria facial, continue a leitura até o final e tire todas as suas dúvidas!

O que é biometria facial e como ela funciona em contratos digitais?  

A biometria facial é uma tecnologia avançada que identifica e autentica a identidade de uma pessoa com base em características únicas do rosto. O processo começa com a captura de uma imagem facial, que é então convertida em um modelo matemático exclusivo, utilizando algoritmos para mapear pontos e dimensões específicos, como distância entre os olhos, forma do nariz e estrutura do maxilar.

Esses dados, protegidos por criptografia, são armazenados de forma segura e usados para validar identidades em diversas aplicações, incluindo transações digitais e assinaturas de contratos. Quando aplicada a contratos assinados com biometria facial, essa tecnologia oferece uma solução prática e segura.

O procedimento geralmente ocorre em plataformas digitais especializadas, onde o usuário acessa o documento a ser assinado e realiza a validação de identidade ao capturar uma foto ou vídeo em tempo real. A tecnologia compara o registro com os dados biométricos previamente armazenados para garantir uma correspondência precisa.

Após a confirmação, esse registro biométrico é vinculado ao contrato, funcionando como uma evidência robusta de autenticidade, intenção de assinatura e manifestação de vontade do signatário. Esse tipo de abordagem agiliza potencialmente o processo, além de reduzir significativamente os riscos de fraude e garantir a conformidade com padrões legais. 

A base jurídica para o reconhecimento da biometria facial  

A legislação brasileira dispõe de normas sólidas que garantem a validade de contratos assinados digitalmente, estabelecendo diretrizes para que diferentes métodos de autenticação sejam reconhecidos, desde que atendam a critérios de segurança e autenticidade. Abaixo seguem os principais marcos jurídicos.

Medida Provisória 2.200-2/2001

Essa medida criou a infraestrutura de chaves públicas brasileira (ICP-Brasil), que regulamenta a validade jurídica de assinaturas digitais certificadas no país. Embora a biometria facial não seja diretamente vinculada ao ICP-Brasil, a medida abre espaço para o reconhecimento de outros métodos de autenticação, desde que estes sejam capazes de garantir a integridade e a autoria dos documentos.

O texto da MP destaca que, além das assinaturas baseadas em certificados digitais, qualquer método que ofereça segurança técnica e confiabilidade pode ser considerado válido. É por conta dessa flexibilidade que se tem permitido que a biometria facial se estabeleça como uma alternativa eficaz no cenário digital.

Lei 14.063/2020

Voltada inicialmente para regulamentar assinaturas eletrônicas em interações com órgãos públicos, a Lei 14.063/2020 também serve como referência importante para o setor privado. Ela define três categorias de assinaturas eletrônicas: simples, avançadas e qualificadas, detalhando os requisitos técnicos para que sejam juridicamente válidas.

Apesar de não mencionar a biometria facial de forma explícita, a lei reforça a aceitação de métodos que garantam segurança, auditabilidade e confiabilidade, características que a biometria facial cumpre de maneira exemplar.

Sua aplicabilidade demonstra como a legislação brasileira está alinhada com a inovação tecnológica, reconhecendo métodos modernos que atendem às necessidades de proteção e praticidade em transações digitais.

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Decisões judiciais que reforçam a validade da biometria facial  

Os tribunais brasileiros têm analisado casos envolvendo o uso de biometria facial como método de autenticação, e as decisões demonstram aceitação crescente.  

Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)

No Tribunal de Justiça de São Paulo, a 17ª Câmara de Direito Privado absolveu o Banco C6 em uma ação movida por uma cliente que contestava a validade de um contrato firmado via biometria facial. 

A consumidora alegava não ter anuído ao contrato de empréstimo consignado, mas a instituição demonstrou que a foto utilizada para o reconhecimento facial correspondia à sua identificação pessoal e que os valores contratados foram efetivamente creditados e utilizados pela autora. 

O desembargador Afonso Bráz reforçou que não havia ilegalidade na contratação, considerando o aceite da cliente por biometria facial e a ausência de indícios de fraude.

Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB)

De forma semelhante, o Tribunal de Justiça da Paraíba, por meio da Terceira Câmara Cível, validou um contrato de empréstimo firmado por aplicativo, utilizando biometria facial e assinatura eletrônica

A desembargadora Maria das Graças Morais Guedes destacou que a biometria facial é autorizada pelo Banco Central e eficiente no combate a fraudes. Além disso, a consumidora, que alegava não ter contratado o serviço, não conseguiu comprovar irregularidades, enquanto o banco apresentou evidências do vínculo contratual e do depósito dos valores em sua conta.

Essas decisões reforçam a biometria facial como um meio seguro e confiável de manifestação de vontade nos contratos eletrônicos.

Benefícios do contrato assinado por biometria facial  

A adoção da biometria facial em contratos digitais traz vantagens significativas para empresas e indivíduos. A seguir, destacamos as principais.

Transformação digital na prática

Segurança contra fraudes  

A biometria facial utiliza características únicas e intransferíveis, dificultando tentativas de fraude, como falsificação de identidade ou assinatura. A tecnologia também permite rastrear e armazenar dados relacionados à transação, funcionando como prova em possíveis disputas.  

Praticidade e acessibilidade  

Por ser um processo rápido e intuitivo, a biometria facial elimina a necessidade de deslocamento físico ou envio de documentos. Essa característica a torna uma solução inclusiva, especialmente para pessoas com dificuldade de acesso a métodos tradicionais.  

Conformidade legal e auditabilidade  

A biometria facial oferece registros detalhados de cada transação, permitindo auditorias e verificações de conformidade – o que se faz essencial em setores regulados, como financeiro e imobiliário, onde a segurança jurídica é prioritária.  

Desafios e cuidados no uso da biometria facial  

Embora eficaz, o uso de biometria facial exige atenção a possíveis riscos.  

Privacidade de dados

A coleta e o armazenamento de informações biométricas devem seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). É fundamental garantir que os dados sejam utilizados exclusivamente para os fins previstos e armazenados com segurança.  

Inclusão tecnológica

Apesar da acessibilidade da biometria facial, algumas pessoas podem enfrentar barreiras, como falta de dispositivos adequados ou conexão de qualidade. Empresas devem oferecer alternativas para assegurar a inclusão.  

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Como a biometria facial está transformando os contratos digitais  

A implementação de contratos assinados com biometria facial marca um avanço notável no universo digital, atendendo a demandas crescentes por métodos modernos e eficazes de autenticação. Essa tecnologia vai além de oferecer maior segurança; ela transforma a experiência do usuário ao combinar rapidez, precisão e confiabilidade.

Ao permitir que as pessoas autentiquem transações com base em características únicas e intransferíveis, a biometria facial reforça a proteção contra fraudes, ao mesmo tempo em que simplifica processos que antes eram demorados e complexos.

Essa evolução destaca como as ferramentas digitais estão remodelando a forma como interagimos em diferentes contextos, desde transações financeiras até a assinatura de contratos formais.

Aplicação prática do contrato assinado por biometria facial

A adoção da biometria facial como ferramenta para assinatura de contratos tem se expandido em diversos setores, destacando-se pela combinação de segurança avançada e praticidade.

Setor bancário

No setor bancário, especialmente entre bancos digitais, essa tecnologia tem se tornado essencial em processos como abertura de contas, concessão de crédito e aprovação de empréstimos. 

Uma vez garantida a autenticidade das transações de forma ágil, ela atende tanto às exigências regulatórias quanto às expectativas dos consumidores por soluções rápidas e confiáveis.  

Setor imobiliário

No mercado imobiliário, a biometria facial também se apresenta como um recurso valioso, transformando operações que tradicionalmente envolvem longas etapas burocráticas. 

Com a possibilidade de autenticar assinaturas remotamente, é possível fechar contratos de aluguel ou compra de imóveis de maneira mais eficiente, sem comprometer a segurança.  

Setor da saúde

Na área da saúde, a biometria facial tem sido utilizada para autenticar consentimentos e contratos relacionados a procedimentos médicos e internações. 

Essa aplicação garante que os documentos sejam assinados de forma segura e rápida, reduzindo erros e proporcionando mais confiança aos pacientes e às instituições de saúde.

Esses exemplos evidenciam como a biometria facial está remodelando processos tradicionais, trazendo inovação para áreas que buscam equilibrar simplicidade e proteção nas transações. 

Essa tecnologia, para além de modernizar os procedimentos, eleva também o nível de confiança e conveniência para empresas e consumidores. 

Setor de marketing

No setor de marketing, a biometria facial está sendo integrada a estratégias que demandam personalização e agilidade na gestão de contratos. Empresas têm utilizado a tecnologia para autenticar rapidamente acordos com fornecedores, colaboradores e parceiros, garantindo segurança e eficiência nos processos.

Ao mesmo tempo, campanhas digitais podem se beneficiar da biometria facial para obter consentimentos legais de forma prática e documentada, alinhando-se às normas de proteção de dados e ao respeito à privacidade dos consumidores.

O reconhecimento jurídico do contrato assinado por biometria facial no Brasil demonstra que a tecnologia está alinhada às demandas contemporâneas por segurança e praticidade. Decisões judiciais e leis como a MP 2.200-2/2001 e a Lei 14.063/2020 reforçam a validade desse método, desde que sejam observados os requisitos legais e técnicos.  

Além de combater fraudes, a biometria facial democratiza o acesso a contratos eletrônicos, tornando-os mais inclusivos e eficientes. Se você busca soluções para assinatura digital que aliam inovação e confiabilidade, clique para conhecer a ZapSign e descubra como simplificar suas transações digitais de forma segura.

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